Foi no dia 4 de Maio de 2004 que em frente ao Padrão dos
Descobrimentos, em Lisboa, foi apresentado a altas individualidades
(entre elas

os ministros das Obras Públicas, Transportes e Habitação,
Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Ciência e do Ensino
Superior e o secretário de estado dos transportes) e a responsáveis do
meio (representantes de operadores de transportes, câmaras municipais,
entre outros...) um autocarro híbrido produzido no Brasil, com um
chassis da Electra e carroçaria Marcopolo Viale (a versão brasileira do
Viale, já que os Viales que equipam a Carris e Valpi são denominados de
Gran Viale no Brasil). Depois de participarem numa conferência da APVE
(Associação Portuguesa do Veiculo Eléctrico) os participantes foram
convidados a visitar o veículo eléctrico, onde um responsável da
Electra apresentou o Viale e respondeu a várias perguntas que foram
surgindo sobre o veículo e o seu funcionamento.
Este autocarro, que outrora serviu de teste em algumas cidades
brasileiras (e continuou a servir depois

da sua passagem pela Europa)
esteve em Portugal para fazer algumas demonstrações e participar em
alguns eventos, onde se destaca a participação no ELE-DRIVE
Transportation, realizado no Estoril, e a apresentação em Lisboa no dia
4 de Maio, da qual se apresentam algumas imagens.
Mais experiências com o referido autocarro em solo nacional são
desconhecidas ao autor, uma vez que este veículo não esteve em Portugal
tanto tempo como os dois Gullivers, que participaram em dezenas de
experiências e testes em vários pontos do País, sendo que algumas
cidades decidiram implementar na sua frota urbana, como o caso de
Coimbra, Bragança, Portalegre, Viana do Castelo e Viseu.
Embora no Brasil os autocarros híbridos já sejam “comuns”, basta
visitar o site da Electra ou da Marcopolo para ver que já se fabricam
autocarros híbridos, desde os minis aos articulados, por cá ainda
escasseiam, sendo excepção os Mercedes Cito (O520), eleito o autocarro
do ano de 2001, conseguiu encontrar o seu espaço em quatro empresas
portuguesas, nomeadamente: Rodoviária do Alentejo, Scotturb, SMTUC e
TUB. Infelizmente, o Viale Híbrido não gozou da mesma sorte, sendo que
um dos maiores handicaps do veículo era o facto de não haver uma
fábrica de chassis híbridos por cá, sendo necessária a sua importação,
e embora estivesse “no papel” a criação de uma empresa com esse fim
especifico, até à data nada se soube da sua efectiva criação,
continuando a esmagadora maioria das frotas portuguesas a operar 100%
com veículos de propulsão diesel, muito mais poluentes e incómodos que
os veículos eléctricos ou híbridos.

O carro que era anunciado como sendo 60% menos poluente (embora já
tendo alguns anos ainda cumpre as normas
Euro II) oferece uma economia
na ordem dos 40%, e dispunha de um chassis da Electra, com um motor
diesel da Internacional do tipo High Speed 2.8L que funcionava em
regime de rotação fixa de 2200 rpm (desenvolvendo 70 kW de potência)
para alimentar as várias baterias, permitindo ao veículo alcançar uma
velocidade máxima de 60 km/h (embora sendo um “opcional”, é possível
encomendar veículos com um alcance maior - 80 km/h). Equipa com uma
carroçaria da Marcopolo, modelo Viale, de 9 metros (derivando daí o
nome

“micrão”, pois tem uma dimensão inferior a um autocarro
“standart”, fazendo a ponte entre o "micro ônibus", que na prática não
é mais que um mini-autocarro dos que equipa muitas das empresas
nacionais, e os autocarros convencionais com dimensões na ordem dos 11
a 12 metros. A carroçaria era dotada de várias características, hoje
bastante comuns para os veículos urbanos, nos quais destaco, o piso
baixo, o ar condicionado, as janelas amplas, o lugar para cadeira de
rodas, a rampa de acesso (manual) e os indicadores de destino
electrónicos.
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