» A linha do Douro





A linha do Vale do Douro tem a sua origem na estação de São Bento, bem no coração do Porto, segunda cidade portuguesa. Esta estação, construída em 1916, tem uma magnífica colecção de azulejos, da autoria de Jorge Colaço.

A linha sobe para Campanhã, a estação mais importante da cidade, e onde a linha do Norte, vinda de Lisboa, tem o seu terminus. Os comboios mais importantes da rede ladeiam aqui os comboios urbanos e, obviamente, os comboios que se dirigem para o Douro.

A linha é em via dupla electrificada, até Caíde, a cerca de 50 kms do centro do Porto. Daí para diante, e apesar de vários projectos de renovação, a linha continua em via única não electrificada, o que lhe dá um certo bucolismo. Previsivelmente, a catenária chegará ao Marco de Canaveses em 2008, cidade no alto de uma montanha, e última grande povoação dos subúrbios do Porto.


A linha é depois constituída por fortes pendentes, até atingir o nível do magnífico rio Douro. Os 100 kms até ao Pocinho, o actual terminus da linha, depois do fecho do troço até à fronteira Espanhola, Barca d'Alva, serão percorridos quase exclusivamente ao nível da água.

As velocidades permitidas não são, evidentemente, excepcionais. Entre 100 e 140 km/h para a secção ligando o Porto a Caíde, entre 70 e 100 depois disso. O comboio rola através das vinhas que preenchem as encostas à beira rio.


 


O cenário dantesco é, aliás, classificado pela UNESCO como património Mundial da Humanidade.

Os serviços são frequentes entre o Porto e a Régua, com comboios interregionais e regionais ligando as duas cidades, ainda que os regionais por intermédio de um transbordo em Caíde ou Penafiel. Cinco comboios diários ligam ainda a Régua ao Pocinho. O material circulante foi renovado em Março de 2006, com a substituição das carruagens Sorefame das locomotivas English Electric 1400 por automotoras triplas Sorefame 0600.

 
   


No entanto, as 1400 continuam a fazer aparições frequentes, seja à cabeça de comboios de mercadorias (os comboios mais pesados são traccionados em Unidade múltipla de 3 locomotivas, ou com uma 1960), seja à frente de comboios de passageiros especiais, de reforço ou fretados.

Na época estival, as circulações a vapor percorrem o curto troço Régua - Tua, e algumas circulações especiais adicionais são postas em marcha para acorrer à grande procura que os serviços ferroviários têm nesta região, sobretudo em complemento com as propostas de passeios fluviais.

A linha, de forte potencial turístico, não se arrisca a ser fechada, pelo menos na secção entre o Tua e o Porto. Os últimos quilómetros, em direcção ao Pocinho, estão no entanto ameaçados de há alguns anos a esta parte.





A sinalização é arcaica... do Porto a Caíde a circulação é controlada com bloco orientável controlado por CTC, mas daí para a frente é ainda o Cantonamento Telefónico que assegura a segurança das circulações.

Se a linha é de um grande interesse para as populações locais, o interesse turístico é também inegável: toda a região está classificada pela UNESCO. Uma soberba região, com as suas famosas vinhas, de onde sai o famoso vinho do Porto.

   





Este artigo foi elaborado em conjunto com o site Trains en Voyage, onde está disponível este artigo na língua francesa.





Por: João Cunha
Fotos: Andrea Pinto, Carlos Pinto, João Cunha e Leandro Ferreira

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