» Carruagens Grill Express




Os anos 60 marcam a aparição na restauração dos "self-service", nomeadamente através do desenvolvimento das auto-estradas, que nas suas áreas de repouso dispunham deste serviço.

Em 1963, a SNCF (Companhia Francesa de Caminhos de Ferro) decide avançar pelo mesmo caminho. Uma carruagem restaurante é transformada para serviço "self-service" e é incorporada num comboio alugado, ao mesmo tempo que outras quatro carruagens são transformadas e afectas aos comboios da região Sudeste. Já em 1966, a SNCF transforma mais duas carruagens, com alguns melhoramentos na acessibilidade e no interior.

Depois destas experiências, a SNCF encomenda 20 carruagens designadas como "Grill Express", em 1967. Em 1968 e 1969, em encomendas sucessivas, a SNCF aumenta para 58 as carruagens encomendadas à De Dietrich. Fabricadas em Reichshoffen, com bogies Y28 aptos a 160 ou 200 km/h, estas carruagens não tinham apesar de tudo climatização, algo que começava a vulgarizar-se na altura nos parques de carruagens. Esta lacuna foi colmatada entre 1983 e 1989. As carruagens saíram de fábrica com um salão com 10 mesas de 4 lugares. A caixa é de tipo UIC-Y (24,50 metros), e a entrega faz-se  entre 1970 e 1973.

Com o início e forte crescimento do tráfego TGV na década de 80, as Grill Express conhecem uma profunda agonia. É então em 1989 que a CP compra 4 carruagens Grill Express à SNCF. As carruagens são adaptadas para circular em território ibérico. A transformação é feita nas oficinas de Lisboa Santa Apolónia, sendo o bogie Y28 de origem trocado por um Y32 de bitola ibérica. Apesar da alteração, as carruagens continuaram autorizadas a circular a 160 km/h. Entraram ao serviço renumeradas como 61 94 88-70 001/4.

A carreira faz-se essencialmente nos comboios Lisboa/Porto - Hendaye, fosse no comboio Sud Expresso, ou em comboios especiais para emigrantes. Os 10 anos de carreira foram fortemente marcados pelas constantes avarias do grupo gerador, nunca resolvidas totalmente, e que levam a CP a retirá-las de serviço prematuramente. As carruagens são retiradas do serviço comercial pouco depois da Expo 98 de Lisboa. Durante esta exposição foi-lhes possibilitada a diversificação das tarefas, tendo assegurado reforços do comboio Sud Expresso, desdobrado diversas vezes, mas também reforçando o comboio azul Porto - Faro.

Três das 4 carruagens foram demolidas. Os bogies Y32 foram reaproveitados nas carruagens UHansa da CP, que circulam hoje em dia no Sud Expresso. Resta apenas a 61 94 88-70 003-7, sem bogies, estacionada no Entroncamento. Depois de algumas indecisões, parece que fará parte da colecção do Museu Nacional Ferroviário.



Características Técnicas


Construtor: De Dietrich
Ano: 1967
Número de Lugares: 40

Tara Média: 53,5 toneladas
Carga: 6000 kg
Comprimento: 24, 50 metros
Altura: 4,050 metros

Velocidade Máxima: 160 km/h
Freio Ch-R: 81 toneladas
Ar Condicionado: Faiveley

Grupo Gerador:
        Motor Diesel: Poyaud
        Alternador: Leroy
       
Estas carruagens possuíam ainda uma instalação sonora tipo UIC, cabo de alta tensão e as portas de acesso eram manuais.







Artigo elaborado com a colaboração de:




Por João Cunha
Actualizado em Junho de 2006
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