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Plano de Resiliência prevê 44 investimentos rodoviários e 3 linhas de metro
Leandro Ferreira | 16.02.2021

O Governo disponibilizou para consulta o documento do Plano de Recuperação e Resiliência, que se encontrará até 1 de março em consulta pública.

Em termos globais, este será o maior pacote de medidas de estímulo alguma vez financiado pelo orçamento da União Europeia, num total de 1,8 biliões de euros, para ajudar a reconstruir a Europa no pós-COVID-19, criando uma Europa mais verde, mais digital e mais resiliente.
A Portugal cabe uma fatia de 50 mil milhões de euros, a que poderão somar-se 14,2 mil milhões em empréstimos.

Com base no diagnóstico de necessidades e dos desafios, o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal foi organizado em três dimensões estruturantes: a Resiliência, a Transição Climática e a Transição Digital, que através de 19 componentes se multiplicam em 36 reformas e 77 investimentos, num total de 13,9 mil milhões de euros.


Mobilidade e Transportes

No que se refere a Mobilidade e Transportes, o destaque vai para a "mobilidade sustentável", recebendo uma dotação de 1.032 milhões de euros em subvenções e reservando 300 milhões de euros de empréstimo. 
Em linhas gerais, este valor representa o prolongamento de uma linha do Metro de Lisboa, construção de uma linha no Metro do Porto, a criação do Metro Ligeiro de Superfície entre Loures e Odivelas, criação de um corredor BUS de alto débito na cidade do Porto ao longo de 3,8 kms, a aquisição de 325 autocarros e 4 navios mais eficientes e o empréstimo para aquisição de 12 automotoras elétricas para o longo curso da CP. 
Não há qualquer menção a nenhum projeto estruturante ferroviário pesado, deixando de fora a premente necessidade de reforço da rede, criação de novas e competitivas ligações e o reforço do peso modal da ferrovia. .

Em contrapartida, a aposta do Governo na Descarbonização e Mobilidade Sustentável abrange pelo menos 44 projetos rodoviários, identificados como "missing links, aumento de capacidade da rede, ligações transfronteiriças e acessibilidades a áreas de acolhimento empresarial.
No total, todos estes chavões arrecadam 662,9 milhões de euros, verba que será na quase totalidade gerida pela Infraestruturas de Portugal. 


Dos seis projetos de Mobilidade e Transportes, dois cingem-se à Área Metropolitana de Lisboa, dois à do Porto e os outros dois poderão ter um âmbito nacional. 

Na Área Metropolitana de Lisboa:
  • Prolongamento da linha vermelha do Metro de Lisboa até Alcântara. Um troço de 3,7 kms, orçado em 304 milhões de euros.
  • Construção de uma linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures. A extensão de 12 Kms está orçada em 250 milhões de euros e representa um novo sistema de transportes em Lisboa, desconectado de todos os existentes, que rebaterá ao sistema de metro pesado na estação de Odivelas, e exigirá a aquisição de veículos específicos para assegurar esta ligação.

Na Área Metropolitana do Porto, ambos os projetos tem como epicentro a zona da Boavista:
  • Construção da segunda linha de Gaia, ligando a Casa da Música a Santo Ovídio através de uma nova travessia a construir junto da Arrábida. A extensão terá 6,7 quilómetros, dos quais 4,5 em túnel e está orçada em 299 milhões de euros;
  • Também o Porto será contemplado com um sistema de transportes isolado de tudo o que existe, onde se destaca o investimento de 83 milhões de euros num canal de 3,8 quilómetros de extensão, destinado a criar um "BRT" entre a rotunda da Boavista e a Praça do Império,

Além da palavra Resiliência que é repetida até à exaustão, também o termo Descarbonização faz parte do leque, onde se destaca um investimento de 96 milhões de euros destinados à renovação de frota rodoviária e fluvial. O documento destaca a elevada idade média da frota de transporte público (superior a 15 anos) e reserva este valor para a aquisição de 325 autocarros e 4 navios.

Para finalizar, o setor ferroviário pesado, a única menção neste documento é a atribuição a título de empréstimo de 300 milhões de euros, destinados à aquisição de 12 composições elétrica para o longo curso da CP.



A aposta do Governo na Descarbonização e Mobilidade Sustentável abrange também pelo menos 44 projetos rodoviários, identificados como "missing links, aumento de capacidade da rede, ligações transfronteiriças e acessibilidades a áreas de acolhimento empresarial.
No total, todos estes chavões arrecadam 662,9 milhões de euros, verba que será na quase totalidade gerida pela Infraestruturas de Portugal.

Por sua vez, o Transporte Ferroviário e a premente necessidade de reforço da rede, criação de novas e competitivas ligações e reforçar o peso modal da ferrovia é totalmente esquecido neste plano. 


Missing links e Aumento de capacidade da Rede (362,9 M€)
Promover a eliminação de travessias urbanas e a adequação da capacidade, reduzindo tempos de percurso, gases poluentes e situações de congestionamento, bem como reforçar as acessibilidades aos grandes corredores e às interfaces multimodais, aligeirando custos de contexto ao tecido empresarial e potenciando investimentos já  realizados nas infraestruturas conexas. Estão previstas as seguintes intervenções rodoviárias:
  • Ligação ao IP3 dos Concelhos a sul;
  • EN14. Interface Rodoferroviário da Trofa / Santana, incluindo nova ponte sobre o Rio Ave;
  • EN14. - Maia (Nó do Jumbo) / Interface Rodoferroviário da Trofa);
  • EN4. Variante da Atalaia;
  • IC35. Penafiel (EN15) / Rans;
  • IC35. Rans / Entre-os Rios;
  • IC35. Sever do Vouga / IP5 (A25);
  • IP2. Variante nascente de Évora;
  • Ligação de Baião a Ponte de Ermida;
  • Eixo Rodoviário Aveiro – Águeda;
  • EN344. km 67+800 a km 75+520 – Pampilhosa da Serra;
  • EN125. Variante a Olhão;
  • IC2 (EN1). Meirinhas (km 136,700) /Pombal (KM 148,500);
  • IP8 (EN121). Ferreira do Alentejo /Beja, incluindo Variante a Beringel;
  • IP8 (EN259). Sta. Margarida do Sado /Ferreira do Alentejo, incluindo Variante de Figueira de Cavaleiros;
  • IP8(A26). Aumento de Capacidade na ligação entre Sines e a A2;
  • Variante à EN211 - Quintã / Mesquinhata
A Infraestruturas de Portugal, S.A, enquanto entidade responsável pela conceção, projeto, construção, financiamento, conservação, exploração, requalificação, alargamento e modernização da rede rodoviária nacional, assegurará a implementação das intervenções previstas no âmbito desta medida.


Ligações transfronteiriças (110 M€)
Pretende-se ainda alavancar o desenvolvimento da mobilidade transfronteiriça e a redução dos
custos de contexto concretizando um conjunto de investimentos, destacando-se a importância da
intervenção em ligações como sejam:
  • EN103. Vinhais / Bragança (variantes);
  • IC31. Castelo Branco / Monfortinho;
  • Ligação de Bragança a Puebla de Sanabria (ES);
  • Ponte internacional sobre o Rio Sever;
  • Ponte Alcoutim – Saluncar del Guadiana (ES).
Os investimentos rodoviários serão promovidos pela Infraestruturas de Portugal, S.A, e que no que diz respeito à construção das Pontes sobre o Rio Sever e o Rio Guadiana, pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e do Algarve.


Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE) – Acessibilidades Rodoviárias (190 M€)
Para alavancar o investimento já efetuado nas Áreas de Acolhimento Empresarial, é imprescindível concluir um conjunto de acessibilidades rodoviárias, constituindo o suporte mais adequado para garantir a entrada e saída de mercadorias de forma eficiente e económica. 
Destacam-se, a título exemplificativo, os seguintes investimentos:
  • Ligação ao Parque Industrial do Mundão – Eliminação de constrangimentos na EN229 Viseu/ Sátão;
  • Ligação ao Parque Industrial do Mundão: EN229 – ex-IP5 / Parque Industrial do Mundão;
  • Acessibilidades à Zona Industrial de Riachos;
  • Acesso do Parque Empresarial de Camporês ao IC8 (Ansião);
  • EN10-4. Setúbal/ Mitrena;
  • EN333. Ligação do Nó de Águeda do IC2 à EN 235 em Perrães, para acesso à A1;
  • EN341. Alfarelos (EN342)/ Taveiro (Acesso ao Terminal Ferroviário de Alfarelos);
  • IC6. Tábua / Folhadosa;
  • Ligação à Área Industrial de Fontiscos e reformulação do Nó de Ermida (Santo Tirso);
  • Ligação da A8 à Área Empresarial das Palhagueiras em Torres Vedras;
  • Ligação da Zona Industrial de Cabeça de Porca (Felgueiras) à A11;
  • Ligação da Zona Industrial de Rio Maior à EN114;
  • Melhoria das acessibilidades à Área de Localização Empresarial de Lavagueiras (Castelo de Paiva);
  • Melhoria de acessibilidades à Zona Industrial Campo Maior;
  • Variante à EN248 (Arruda dos Vinhos);
  • Variante de Aljustrel – Melhoria das acessibilidades à Zona de Extração Mineira e à Área de Localização Empresarial;
  • Via do Tâmega – Variante à EN210 (Celorico de Basto);
  • Ligação do Parque Empresarial do Casarão ao IC2;
  • Nova travessia do Rio Lima entre EN203 – Deocriste e EN202 – Nogueira;
  • Rotunda na EN246 para acesso à zona industrial de Portalegre;
  • Acesso ao Avepark - Parque de Ciência e Tecnologia das Taipas (Guimarães);
  • Acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva ao Nó da A28.

A realização destes investimentos será assegurada pela Infraestruturas de Portugal, S.A, enquanto entidade responsável pela conceção, projeto, construção, financiamento, conservação, exploração, requalificação, alargamento e modernização da rede rodoviária nacional, no caso de intervenções nesta mesma rede rodoviária nacional e pelas CCDR, no caso de intervenções que integram ou irão integrar a rede rodoviária municipal. O documento pode ser consultado em: https://www.consultalex.gov.pt/ConsultaPublica_Detail.aspx?Consulta_Id=183


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Portugal começou por construir a sua rede em bitola europeia (1435 mm), tendo mudado para 1668 mm quando a Espanha decidiu construir a sua rede nessa bitola?

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